domingo, 1 de março de 2009

Lembrança

Gosto de brincar com a tua lembrança, afinal de contas foi contigo que aprendi que a noite é uma criança que gosta de fantasia, de fechar os olhos prá se sentir invisível, de inventar histórias onde ela é a protagonista.
Gosto de cutucar esse corpo prá ver se ainda vive, se ainda assovia a nossa melodia, a mesma melodia que fez da nossa ciranda a roda gigante que nos deixava no topo de um mundo onde o ar tinha um perfume de sândalo e serenata. A nossa atmosfera lúdica onde os olhos da lua lacrimejavam de sono piscando sonhos cobertos de nuvens, e era aí que deixávamos nossas pegadas, nossos passos ritmados. Conjugados na cumplicidade tocávamos o céu que nos protegia. E a gente não via o tempo passar, a gente não sentia porque estávamos no centro das nossas atenções, tudo que não fosse eterno ficava no lado de fora, e não havia nada que quebrasse esse encanto, e não havia nada além desse encanto.
A tua lembrança é uma água viva que arde em meus olhos, solfeja no ouvido, convida a dançar. A tua lembrança me rodopia, gira e gira, brinca comigo e some no ar...

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2 comentários:

João Videira Santos disse...

Estes palpitares de emoção, esta singeleza que os sentidos transmitem, são de quem veste a palavra com os sentimentos vivos que dão força e vitalidade a quem faz dela o caminho do infinito...

Gostei? ADOREI!

Francisco Coimbra disse...

MINUTA

tenho as mãos livres
para o prazer da escrita
depois de te ler

o poema deixa-se
assim fazer

minuta dum momento
Assim

Bjs
F